E SE... OS VELHOS FOSSEM A MAIORIA?

Ao lado de matemática, física e português, envelhecimento seria uma das nossas disciplinas escolares. E essa não é nem a diferença mais radical num mundo em que a maior parte das pessoas têm mais de 60 anos. "Tudo terá de ser transformado à medida que a sociedade envelhecer", escreveu o jornalista alemão Frank Schirrmacher em A Revolução dos Idosos, que busca nos alertar para o inevitável processo de envelhecimento mundial. Segundo a ONU, os idosos vão passar de 606 milhões para 1, 97 bilhão em 2050. E, para Schirrmacher, o choque provocado por essa mudança será comparável ao de uma guerra mundial.

O mercado de trabalho, por exemplo, deve sofrer transformações drásticas. “A noção de aposentadoria compulsória a uma determinada idade ficaria obsoleta numa sociedade muito envelhecida”, diz o médico brasileiro Alexandre Kalache, que coordena o Programa de Envelhecimento da Organização Mundial da Saúde, em Genebra. Afinal, não há economia que resista a 51% da população economicamente inativa. A solução seria mudar as cargas de trabalho e horário.


E apesar de a velhice trazer dificuldades físicas inevitáveis (perda de sentidos e de massa muscular e óssea), um mundo com a maioria de velhos não quer dizer um mundo doente. Um estudo de 2001 da Duke University, nos EUA, chegou à conclusão de que o risco de algumas doenças (entre elas, câncer, hipertensão e arteriosclerose) diminui com o tempo. "O metabolismo do idoso fica mais lento, as células passam a trabalhar e a se reproduzir menos e isso dificulta o progresso de enfermidades crônicas", diz Svetlana V. Ukraintseva, coordenadora da pesquisa. Conheça outras mudanças que veríamos se os velhos se tornassem maioria.

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