RENÉ DESCARTES - 8º ANO

Considerado pai da filosofia moderna, com importantes contribuições metodológicas no campo científico, René Descartes nasceu no dia 31 de março de 1596 na casa de sua avó materna em La Haye de Touraine, região central francesa. Descartes ficou famoso por ter feito importantes contribuições na conexão entre geometria e álgebra, resolvendo diversos problemas geométricos por meio de equações algébricas.

Filho de Joaquim Descartes, advogado e magistrado (juiz), que também era conselheiro no parlamento de Rennes, na Bretanha, e Jeanne Brochard, René Descartes perde sua mãe cedo, um ano após seu nascimento, no parto de um de seus irmãos. Sua avó materna, Jeanne Sain Brochard em La Haye, o cria nos seus primeiros anos de vida, juntamente com um casal de irmãos mais velhos.

No ano de 1606, com dez anos, é enviado para o recém-criado colégio jesuíta em La Flèche e lá permanecendo até 1614. Neste período, entra em contato com os primeiros estudos de filosofia, lógica, moral e matemática, com base na filosofia aristotélica. Em 1615, sob a influência de sua família, ingressa na Universidade de Poitiers com o objetivo de se tornar advogado. Um ano depois obtém o bacharelado e a licença em direito, porém Descartes nunca exerceria a profissão.

Em 1618, alista-se no exército do Príncipe Maurício de Nassau da Holanda, não se sabendo ao certo quais eram seus deveres no interior do exército, na academia militar. Destacado para servir na cidade de Breda, conhece o matemático Issac Beeckman (1558-1637), que, conforme Descartes relata em sua correspondência, passa a ser, além de amigo, um professor para ele, despertando um maior interesse sobre as ciências.

De 1619 até 1625 a trajetória de vida de Descartes é um tanto quanto nebulosa - especulam-se viagens suas a territórios da atual Alemanha, França e Itália. A partir de então, residente em Paris (1625), Descartes passa a se dedicar aos estudos da filosofia natural (ciências) como matemática e física, divulgando publicamente seus pensamentos por intermédio do filósofo e matemático Marin Mersenne (1588-1648).

Em 1628, deixa Paris e passa a viver novamente na Holanda, primeiramente em Amsterdã (1630) e depois em Deventer (1632), elaborando textos que fizeram parte do trabalho intitulado O mundo e ensinado física a Henry Reneri (1593-1639). Devido à condenação de Galileu no Tribunal da Inquisição (1633) por sua defesa de mundo heliocêntrico, Descartes decide não publicar sua obra O mundo já finalizada naquele momento, uma vez que nela também faz referência ao sistema heliocêntrico.

Em meados de 1635, uma serviçal dá à luz uma criança, Francine, da qual Descartes é nomeado pai. Nesse mesmo período Reneri, como professor de filosofia da Universidade de Utrecht, começa a ensinar a física cartesiana. Em 1637 Descartes publica Discurso do Método, um de seus principais trabalhos, no qual lança as bases do método científico. Morando em Leiden, na Holanda, entre os anos de 1639-40 começa a escrever Meditações sobre a filosofia primeira, publicando-o em 1642. Nesse mesmo período, seu pai, a irmã e Francine, sua suposta filha, morrem.

No ano seguinte, Descartes começa a se corresponder com a princesa Elizabeth da Boêmia (1643), com a qual desenvolve pensamentos sobre a dualidade entre o corpo e a mente e, dessa forma, produz o livro Princípios da Filosofia que foi publicado no ano de 1644 e dedicado à princesa. Mais tarde, no ano de 1646, outra importante personagem régia europeia começa a corresponder-se com Descartes, a rainha Cristina da Suécia. Ela lhe oferece uma posição na corte sueca e Descartes aceita, mudando-se para a Suécia em 1649. Em janeiro de 1650, Descartes começa a ministrar aulas para a rainha Cristina, contudo não se mostra satisfeito com sua mudança para aquele país em carta datada de 15 de janeiro de 1650. No início de fevereiro, adoece e morre de pneumonia no dia 11 desse mês.

Principais obras

Compendium musicæ (1618)

Studium bonæ mentis, perdido (1620-25)

Regulæ ad directionem ingenii, incompleta e publicada postumamente (1627-28)

De la divinité, perdido (1628-29)

O mundo, não publicado (1632-33)

O discurso do método (1637)

Meditações sobre a filosofia primeira (1642)

Princípios da filosofia (1644)

Meditações metafísicas (1647)

Tratado das paixões da alma (1649)

Regras para a descrição do espírito (1701)

Geometria analítica e o tratado do homem (póstumo)

Fonte: Portal Positivo