Dos czares a Putin, Rússia exibe suas particularidades ao planeta
Quando Rússia e Arábia Saudita
deram o pontapé inicial para a Copa do Mundo de 2018, no dia 14 de junho, é
provável que alguns russos já estavam embalados no sono. E não tem nada a ver
com a má fase da seleção local: com uma área de 17 milhões de quilômetros
quadrados, o país encravado entre os continentes europeu e asiático possui nada
menos do que 11 fusos horários diferentes. Quando a bola rolou no Estádio
Luzhniki, às seis horas da tarde de Moscou, quem vive em Kamtchatka — no
extremo leste russo — tinha seu relógio marcando três horas da madrugada do dia
seguinte.
Essa é apenas uma das
particularidades que tornam o país singular: após séculos sendo comandada por
um imperador (ou Czar) com poderes absolutos, a Rússia também foi o primeiro
local do planeta a presenciar uma revolução operária que, em 1917, tinha o objetivo
de varrer o sistema capitalista do mapa e construir uma nova sociedade.
Os russos cruzariam o século 20 com
a intensidade do foguete que levou Yuri Gagarin ao espaço, em 1961 — em um
período de poucas décadas, não sem sangue e repressão, o país converteria-se em
uma superpotência capaz de disputar a supremacia política e ideológica do
planeta.
Quando pisou pela primeira vez na
Rússia, em 1989, o historiador Angelo Segrillo foi testemunha de outro momento
único. Após instaurar mudanças econômicas conhecidas como Perestroika, em 1985,
a União Soviética enfrentaria uma crise que culminaria com seu fim, em 1991.
Autor de diferentes livros sobre o
país, como Os Russos (Editora Contexto), o professor da USP ajuda a
desvendar como as particularidades históricas moldaram os hóspedes da Copa. E
antes de pensar nos memes que envolvem fatos estranhos com russos, saiba que
eles são extremamente cultos e bons camaradas (sem trocadilhos). Confira a
entrevista a seguir.
FONTE:
https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2018/06/dos-czares-putin-russia-exibe-suas-particularidades-ao-planeta.html
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