Nobel de Física vai para estudos sobre origem e evolução do universo


Foram anunciados na manhã desta terça-feira (8) os vencedores do Prêmio Nobel de Física deste ano. O canadense James Peebles e os suíços Michel Mayor e Didier Queloz dividem a honraria, que, além do reconhecimento na área científica, equivale à cerca de R$ 3,72 milhões.

As descobertas realizadas pelos três cientistas estão na área da astrofísica, e se referem à origem e a evolução do universo. “Os premiados deste ano transformaram nossas ideias sobre o cosmos”, declararam os porta-vozes do comitê do Nobel, em comunicado. “Suas descobertas mudaram para sempre nossas concepções de mundo.”

Conheça um pouco a trajetória de cada um dos pesquisadores e seus projetos: 

James Peebles
Nos anos 1960, o canadense usou artifícios teóricos para rastrear a evolução do universo desde o fenômeno do Big Bang, que aconteceu 14 bilhões de anos atrás. Para isso, ele utilizou medições de microondas do fundo cósmico, uma espécie de "brilho posterior" que permeia todo o espaço.
Assim, Peebles conseguiu calcular quanta matéria nasceu no Big Bang e onde ela foi alocada, concluindo que a matéria comum, como planetas e estrelas, constituem apenas 5% do conteúdo do universo. Já os outros 95% são de matéria escura desconhecida e energia escura. 

Em 1984, Peebles fez parte de uma equipe que reviveu a hipótese de Albert Einstein de que existe uma constante cosmológica, uma energia no espaço vazio. Foi assim que, em 1998, ele participou da descoberta da tal energia escura e preparou o terreno para a compreensão moderna dos componentes do universo.


“As ideias de James Peebles sobre cosmologia física enriqueceram todo o campo da pesquisa e estabeleceram as bases para a transformação do campo nos últimos cinquenta anos, da especulação à ciência”, afirmaram os porta-vozes do Nobel. “Seu referencial teórico, desenvolvido desde meados da década de 1960, é a base de nossas ideias contemporâneas sobre o universo.”

Michel Mayor e Didier Queloz
Em outubro de 1995, os suíços descobriram o primeiro planeta fora do Sistema Solar que orbita uma estrela parecida com o Sol. O corpo foi chamado de 51 Pegasi b e está a aproximadamente 50 anos-luz da Terra. No ano passado, foi identificada a presençá de água no planeta

Usando instrumentos feitos sob medida no Observatório da Alta Provença, na França, a dupla detectou um pequeno e oscilante movimento perto de outra estrela da Via Láctea. Eles detectaram, então, que essas variações são causadas por um exoplaneta gasoso, com órbita parecida com a de Mercúrio e aproximadamente metade da massa de Júpiter.

“Essa descoberta iniciou uma revolução na astronomia e, desde então, mais de 4 mil exoplanetas foram encontrados na Via Láctea. Novos mundos estranhos ainda estão sendo descobertos, com uma incrível variedade de tamanhos, formas e órbitas”, apontaram os membros do comitê do Nobel.


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