Dunquerque, o último mistério da Segunda Guerra Mundial

Com uma falsa sensação de segurança, os Aliados se
acreditavam protegidos pela Linha Maginot. Durante quase um ano, as potências
europeias estavam em conflito, mas nada acontecia. Em maio, entretanto, os
carros de combate nazistas lançaram uma ofensiva imparável rumo ao sul e
atravessaram as defesas aliadas como faca na manteiga. Em 11 de junho, de 1940,
Paris era uma cidade aberta.
Prevendo o
desastre que se aproximava, as tropas britânicas começaram a organizar no final
de maio sua evacuação do continente, uma façanha retratada por Christopher Nolan em seu último filme, Dunkirk. “O Governo de Londres começou a preparar uma
frota feita de quase tudo, botes e barcos, que pudessem encontrar em suas
costas”, escreve Richard J. Evans em seu clássico reeditado O Terceiro Reich em Guerra. Apesar dos ataques da
aviação alemã, 700 barcos chegaram às praias de Dunquerque para levar às ilhas
tudo o que pudessem salvar de um Exército em retirada. 340.000 soldados
conseguiram retornar à Inglaterra graças à ordem pessoal de Hitler para que se
parasse a ofensiva mesmo com a opinião contrária de muitos de seus oficiais.
“Se não continuarmos, os ingleses poderão transportar o que desejarem, diante
de nossos narizes”, exclamou o Marechal de Campo, Fedor von Bock. Quando os
nazistas retomaram a ofensiva, já era muito tarde e a evacuação havia sido um
sucesso.
Hitler
queria reservar suas tropas para chegar a Paris o quanto antes? Confiava muito
em sua força após o sucesso das guerras relâmpago de 1939 e 1940? Planejava
chegar a um acordo com os britânicos antes de começar a fase seguinte do
conflito, com a invasão da URSS? Demonstrou mais uma vez sua incompetência como
estrategista? Nunca o saberemos. A realidade é que em 6 de junho de 1944 alguns
desses soldados desembarcaram na Normandia para expulsar os nazistas da Europa
e conseguir sua revanche.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2017/07/14/cultura/1500053479_230523.html
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