Como eram as sociedades da África Subsaariana antes da chegada dos europeus


Desde 2003, uma lei tornou obrigatório o ensino de história da África e cultura afrobrasileira nas escolas do país. O continente não é importante só para o Brasil: ele é o berço da humanidade, pois são de lá as primeiras descobertas arqueológicas sobre os seres humanos.

Também vêm de lá algumas das civilizações mais estudadas, como os egípcios e o Império Cartaginês. Mas o que mais se sabe sobre o resto do continente? A seguir, trazermos mais detalhes sobre a história da África Subsaariana

Isolamento

Cercados por florestas densas, savanas ricas em vida animal, litoral de um lado e montanhas e lagos de outro, os africanos viveram milênios isolados do restante do mundo. Isso não significa, porém, que não desenvolveram sociedades tão avançadas quanto a egípcia — no interior da África em 100 d.C., o ouro era um fundido com um processo que só chegou à Europa no início da Idade Média.

Reinos e impérios

A região era dividida em reinos e impérios. Na África Oriental, havia o Império de Gana, que durou do século 8 ao 11 e era baseado no comércio de ouro; e o do Mali, que durou do século 13 ao 18 e tinha como força o comércio de sal, ouro, especiarias e couro.
Na África Ocidental, o Império da Etiópia, também conhecido como Abissínia, durou de 1270 a 1975 e foi o único a resistir à colonização europeia.
No sul da África, o Reino do Congo compreendia o que hoje é Angola, Congo e Gabão. Foi independente até o século 18, quando se tornou vassalo de Portugal. Havia ainda o Sultanato de Kilwa, território na costa do sudoeste africano habitado por bantos que foram conquistados por muçulmanos, e os reino zulu, onde hoje estão África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e Moçambique. Os zulus foram os primeiros a perceber o perigo da colonização branca e tentaram resistir, mas foram derrotados.

Organização política e social

Além dos reinos mais conhecidos, havia uma série de outros reinos e cidades-estado altamente organizados. Eles contavam com sistemas de conselhos de anciões e de administração para controlar as tribos, que tinham áreas de influência e as disputavam.
É daí que vem o argumento de quem tenta defender os europeus do processo de escravidão: “os próprios africanos escravizavam uns aos outros, que eram os inimigos de outras tribos”, dizem. Embora isso de fato ocorresse entre as tribos que guerreavam, os inimigos capturados tinham direitos sociais e não sofriam a agressão observada durante a escravidão praticada no Brasil.

A religião.

A maioria dos grupos africanos acreditava em um deus único, criador, maior e distante do homem. Em cada etnia, esse deus recebia um nome diferente: os Ashanti o chamavam de Onyankopoa; os Ewe, de Mawu; e os Iorubá, de Olorum.
Havia também culto às forças da natureza, que ganhavam personalidades humanas (orixás), por exemplo Ogum (do ferro, guerra, fogo) e Iemanjá (mãe de muitos orixás, orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade).


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