Você sabia? Tranças Nagô

 

As tranças Nagô eram utilizadas para desenhar rotas de fuga para os quilombos. 


Nagô é o dialeto Jeje, assim é chamado os falantes da língua Iorubá, como foi denominado pelos traficantes de escravos.


No Brasil, no período da escravidão foi usada para fazer mapas e desenhar rotas de fuga. As tranças são testemunhas da resistência para planejar fugas das fazendas e casas de seus mestres. 


As mulheres se reuniam para pentear as crianças, e com a observação dos montes faziam nas cabeças um mapa cheio de saídas e caminhos de escape, os homens escravos ao ver sabiam qual caminho tomar, o código era desconhecido pelos amos.



Esse tipo de trança é usada há milênios, a cerca de 3000 antes de Cristo e são utilizadas principalmente pela população afrodescendente. São tranças de raiz, feitas rentes ao couro cabeludo. E vai muito além de estilo ou estética para a cultura africana, já foram utilizadas para identificar tribos, origem, estado civil, riquezas, posição social, religião e até mesmo algum problema pessoal.


São grandes símbolos de resistência, e nos dias de hoje á uma grande questão sobre a utilização das tranças pela indústria da moda como meio de gerar lucros, fazendo assim que se torne algo popular entre culturas e pessoas que desconhecem a historicidade do penteado, o que seria um insulto a dolorosa história do povo preto escravizado. A apropriação cultural se torna evidente ao se referir a essa questão, nesse contexto algumas pessoas se questionam sobre a utilização da trança em pessoas brancas, e o motivo pelo qual é vista com certa reprovação pelo povo preto. O significado é forte e íntimo para aqueles que conhecem a história, o que antes era visto como sujo, e marginalizado, hoje quando utilizados por mulheres brancas é visto como novo, elegante e digno de ser copiado. Mas isso não significa que não pode ser usado, desde que haja respeito a história por trás da tranças.

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