POPULISMO NA AMÉRICA LATINA

A política populista é marcada pela
ascensão de líderes carismáticos que buscam sustentar sua atuação no interior
do Estado através do amplo apoio das maiorias. Muitas vezes, abandona o uso de
intermediários ideológicos ou partidários para buscar na “defesa dos interesses
nacionais” uma alternativa às tendências políticas de sua época, sejam elas
tradicionalistas, oligárquicas, liberais ou socialistas. De diferentes formas,
propaga a crença em um líder acima de qualquer outro ideal.
No campo de suas ações práticas, a
tendência populista prioriza o atendimento das demandas das classes menos
favorecidas, colocando tal opção como uma necessidade urgente frente aos
“inimigos da nação”. De fato, o populismo permitiu a participação política de
grupos sociais que historicamente foram completamente marginalizados das arenas
políticas latino-americanas. Contudo, esse tipo de ação das camadas populares
junto ao Estado não pode ser confundida com o exercício da democracia plena.
Uma das contradições mais marcantes do
populismo consiste em pregar a aproximação ao povo, mas, ao mesmo tempo,
estabelecer mecanismo de controle que não permitam o aparecimento de tendências
políticas contrárias ao poder vigente. De tal maneira, os governos populistas
também são marcados pela desarticulação das oposições políticas e a troca dos
“favores ao povo” pelo apoio incondicional ao grande líder responsável pela
condução do país.
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Além do autoritarismo e do
assistencialismo, os governos populistas também tem grande preocupação com o
uso dos meios de comunicação como instrumento de divulgação das ações do
governo. Por meio da instalação ou do controle desses meios, o populismo
utiliza de uma propaganda oficial massiva que procura se disseminar entre os
mais distintos grupos sociais através do uso irrestrito de rádios, jornais,
revistas e emissoras de televisão.
A ascensão dos regimes populistas
sempre foi vista com certa desconfiança por determinados grupos políticos
internos ou estrangeiros. A capacidade de mobilização das massas estabelecidas
por tais governos, o apelo aos interesses nacionais e a falta de uma
perspectiva política clara poderia colocar em risco os interesses defendidos
pelas elites que controlavam a propriedade das terras ou das forças produtivas
do setor industrial.
Dessa forma, podemos compreender que o
populismo entrou em crise no momento em que não conseguiu mais negociar os
interesses – muitas vezes antagônicos – das elites econômicas e das classes
trabalhadoras. Quando as tensões políticas e sociais chegaram a tal ponto,
podemos ver que grupos nacionais conservadores buscaram apoio político
internacional, principalmente dos Estados Unidos, para varrer o populismo por
meio da instalação de ditaduras que surgiram entre as décadas de 1950 e 1970.
Na
América Latina, os exemplos de experiência populistas podem ser compreendidos
na ascensão dos governos de Juan Domingo Perón (1946 – 1955/1973 – 1974), na
Argentina; Lázaro Cárdenas (1934 – 1940), no México; Gustavo Rojas Pinilla
(1953 – 1957), na Colômbia; e Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), no
Brasil. Apesar de se reportar a uma prática do passado, ainda hoje podemos
notar a presença de algumas práticas populistas em governos estabelecidos na
América Latina.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Por Rainer Sousa
Mestre em História
FONTE: https://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/populismo-1.htm
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