SÓCRATES

A dificuldade ao
estudar-se Sócrates é o chamado Problema Socrático. Sócrates foi o principal
personagem nos diálogos de Platão, sendo referido também nos trabalhos de Aristófanes, Xenofonte e Aristóteles. É considerado um personagem histórico genuíno,
tendo vivido na Grécia do século IV a.C., porém todas as fontes que citam o
nome de Sócrates são textos dramáticos ou filosóficos, não havendo qualquer
texto diretamente histórico referindo-se a época em que Sócrates viveu e a sua
pessoa. Ainda, os textos filosóficos possuem contradições entre si, tornando
difícil distinguir a posição e pessoa de Sócrates, daquilo que o autor gostaria
de representar com seu próprio trabalho, desde questões mais densamente
filosóficas até questões mais cotidianas, por exemplo, Platão afirma
categoricamente que Sócrates jamais aceitaria dinheiro para ensinar, enquanto
Xenofonte, outro discípulo de Sócrates, afirma que o filósofo era pago por este
trabalho. Mesmo dentro do contexto dos diálogos de Platão, considerados a mais
completa fonte de informação sobre Sócrates, existem contradições nas posições
atribuídas a Sócrates, geralmente associadas com o desenvolvimento filosófico
do próprio Platão. Desta forma, a tradição filosófica atual considera que
compreender e clarificar a real posição de Sócrates como filósofo, nas
principais questões da disciplina, é aparentemente impossível, sendo o Problema
de Sócrates classificado como insolúvel. Não obstante, ao compararmos as
fontes, algumas conclusões acerca da posição de Sócrates podem ser extraídas e
mesmo que não sejam historicamente precisas, ao menos oferecem uma posição
consistente para que se possa estudar a importância deste filósofo para o
desenvolvimento da filosofia ocidental.
de arte que visa
agradar os ouvintes e também a oratória, que convence por vias emocionais, não
requerendo lógica ou prova. Seu método era o de dividir o problema em questão,
a matéria do debate, em questões menores, que em tese poderiam ser respondidas
com maior facilidade ou ao menos levariam o interlocutor a olhar o problema por
todos os ângulos, entendendo as possibilidades lógicas da questão, eliminando
as contradições e, em ultima análise, gradualmente levando ambos a solução do
problema em questão. É um método negativo de eliminação de hipótese, no qual
uma hipótese é levantada, questionada e busca-se demonstrar que ela leva a
contradições, caso em que seria inaceitável. Caso não seja possível demonstrar
que tal hipótese leva a contradições, a mesma deverá ser considerada um
candidato aceitável à posição de verdade.
Sócrates é ainda
creditado por Aristóteles como o primeiro filósofo a buscar definições
universais para as virtudes morais, tendo contribuído para as área da epistemologia, procurando entender a extensão do conhecimento
humano; política, em que defendia o filósofo como governante ideal, sendo
interpretado por alguns estudiosos como um crítico da democracia;
ética, em que defendia que a melhor forma de viver é focar na virtude; entre
outros temas.
Sendo considerado
culpado de corromper a mente dos jovens atenienses e de não acreditar nos
deuses do estado, alguns estudiosos consideram que a verdadeira motivação para
o julgamento de Sócrates, e sua posterior execução por ingestão de Cicuta, seja
sua crítica a democracia, em um período em que Atenas começava a se recuperar
de uma humilhante derrota para Esparta.
Referências
bibliográficas:
PLATÃO. A República. (trad. Enrico Corvisieri) São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores).
PLATÃO. A República. (trad. Enrico Corvisieri) São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Col. Os Pensadores).
SCHNEIDER; ALBERTO
LAÍNO. Filosofia da Educação. 20. ed. Curitiba: Lbpex, 2008.
SPINELLI,
Miguel. Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo. Loyola, 2006,
p. 278ss.
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