QUEM FOI OSWALDO CRUZ?

Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de
Amália Taborda de Bulhões Cruz, Oswaldo nasceu no dia 5 de agosto de 1872, em
São Luís de Paraitinga, São Paulo. Ele viveu na cidade até 1877, quando sua
família se transferiu para o Rio de Janeiro.
Aos
15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Seu interesse
pela microbiologia o levou a montar um pequeno laboratório no porão de sua
casa. Anos depois, em 1896, especializou-se em Bacteriologia no Instituto
Pasteur de Paris, que, na época, reunia grandes nomes da ciência.
Ao
voltar da Europa, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado pela
epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para
fabricar o soro antipestoso foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto
Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos, um embrião do
que hoje é a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em
1903, foi nomeado diretor geral de Saúde Pública, cargo que corresponde
atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal
como base de apoio técnico-científico, trabalhou com afinco em diversas
campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica
diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
Ao
combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários
problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se
transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No
entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre
amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional
no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que
percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos.
Sua atuação provocou violenta reação popular.
Em
1904, Oswaldo Cruz enfrentou um de seus maiores desafios como sanitarista. Com
uma grande incidência de surtos de varíola, o médico tentou promover a vacinação
em massa da população. A vacinação era feita pela brigada sanitária, que era
uma comissão de empregados da área de saúde preparados para executar esse
serviço. Os profissionais entravam na casa das pessoas e vacinavam todos que lá
estivessem, mas esta forma de agir indignou a população. O fato ficou conhecido
como a Revolta da Vacina.
Os
jornais criticavam a nova lei e incentivavam as pessoas a tomar alguma
providência contra ela. Diversos movimentos populares tomaram o Rio de Janeiro,
a maior concentração aconteceu no bairro Saúde. A revolta durou uma semana com
mais de 110 feridos, 945 presos, 461 pessoas deportadas para o Acre e 30
mortos. O Governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da
vacina. Esta situação mostrou a necessidade de uma forma diferente de vacinação
em massa.
No
mundo científico internacional, porém, seu prestígio já era incontestável. Em
1907, no XIV Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim, o
médico recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro.
Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos
de saúde e higiene do país.
Em
1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas
ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Do Instituto
lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do
interior do país. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de
saneamento da Amazônia. Permitiu, também, o término das obras da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande
número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.
Em
1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de
saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para
Petrópolis. Eleito prefeito da cidade, traçou vasto plano de urbanização, que
não pode ver construído. Sofrendo de crise de insuficiência renal, morreu a 11
de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.
Fotos: Acervo Casa Oswaldo Cruz
Fonte: http://www.blog.saude.gov.br/index.php/servicos/50056-oswaldo-cruz-o-sanitarista-que-mudou-o-brasil
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